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sexta-feira, 15 de março de 2013

A origem da fortuna de Eike Batista [e as denúncias de Ildo Sauer].

Márcio Almeida*
As políticas de energia (petróleo e hidrelétricas), mineração, assim como as exportações controladas pelo governo brasileiro e as obras de infraestrutura relacionadas a essas atividades são um filão que lida com bilhões de dólares a cada mês e é exatamente onde apareceu misteriosamente, de uma hora para outra, o poderoso super milionário Eike Batista.
Por coincidência é também onde se concentram esses negócios escusos, mencionados pelo Assessor Ildo Sauer, na matéria abaixo. Só que isso não aconteceu apenas na gestão de Lula! Esses fatos vêm de muito antes e ainda continuam acontecendo da mesma forma! A impressão que se tem ao vincular tais fatos é que há um seleto grupo que manipula os sucessivos governos brasileiros há pelo menos 50 anos, no qual o senhor Eliezer Batista e e seu filho Eike Batista têm papel de destaque. Em consequência disso, esses grupos vêem dilapidando as finanças do país, da mesma forma como os Sarney's fizeram (e continuam fazendo) com o estado do Maranhão, que hoje é o mais miserável, comparável apenas a países esquecidos dos confins da África e da Ásia...
Veja a seguir alguns fatos bastante interessantes, revelando que esses episódios citados pelo senhor Sauer, bem como a origem da fortuna do senhor Eike Batista, têm origem mais remota do que se supõe! Tais fatos, por razões óbvias, nunca são noticiados pela Rede Globo e, portanto, são ignorados pela massa da população brasileira!
O senhor Eike Batista, de fato, nunca produziu um alfinete sequer como fruto do seu trabalho! Tampouco contribuiu com qualquer idéia ou atitude própria para nenhuma ação produtiva. A sua fortuna começou a ser usurpada dos cofres públicos por meio de uma trajetória política, no mínimo suspeita de seu pai, Eliezer Batista, conforme veremos.
Entre 1961 e 1964, no Governo João Goulart, quando o Japão estava disposto a qualquer coisa para adquirir minério de ferro brasileiro, o senhor Eliezer Batista eraMinistro das Minas e Energia e sócio do então Ministro da Fazenda, senhor Santiago Dantas.
Em condições privilegiadas e com plena liberdade de negociação, esse senhor fechou todos os contratos que conseguiu, vendendo nosso minério a preço de banana e embolsando bilhões, tanto em propinas nas negociatas desses contratos quanto em dinheiro público para "capitanear", através de seus laranjas, a construção de vários portos, como o Porto de Tubarão, ferrovias, como a Vitória-Minas, além de dezenas de outros empreendimentos gigantescos destinados a viabilizar a exportação desse minério, além de outros minerais nobres que se seguiram.
Por meio dos contatos provenientes do poder de que ostentava e da fortuna bilionária que passou a dispor, o senhor Eliezer veio a assumir a Presidência da Cia Vale do Rio Doce e, em seguida, assumindo o controle do Conselho Nacional de Minas e Energia, assim como a presidência da Comissão de Exportação de Materiais Estratégicos. Ou seja, em termos de política de exportação, minério, petróleo e assuntos correlatos, ele possuía poder total e praticamente irrestrito. Entretanto, jamais se explicou como e porque tanto poder foi mantido nas mãos de um mesmo homem, ao longo de tanto tempo, conforme veremos a seguir!
Após o golpe militar, não se sabe por que cargas d'água, o ditador Castello Branco restituiu-lhe o poder, entregando-lhe a presidência da CAEMI, uma mineradora privada que passaria a influenciar a política de minas e energia do país. Em seguida, entre 1964 e 1968, presentearam-lhe com os cargos de diretor-presidente da Minerações Brasileiras Reunidas S.A, no Rio de Janeiro - resultado da fusão da CAEMI com a Bethlehem Steel - e, logo em seguida, o de vice-presidente da Itabira International Company, em Nova Iorque. Ainda em 1968, assumiu a diretoria da Itabira Eisenerz GmbH, em Düsseldorf, Alemanha Ocidental, posto no qual permaneceu até 1974.
Logo em seguida, quando a participação societária do estado brasileiro foi suficiente para constituir a Rio Doce Internacional S.A., subsidiária da Vale em Bruxelas, quem foi o agraciado com a presidência dessa "galinha dos ovos de ouro"? O sortudo (??) Eliezer Batista!!!
Não ficou por aí: Em 1979 o presidente general João Figueiredo o nomeou ainda parapresidente da Companhia Vale do Rio Doce, cargo que exerceu até 1986. Após este mandato, quando supostamente teria viabilizado todas as condições para fazer da Rio Doce Internacional um grande filão de negócios, retornou à presidência da mesma.
A partir dessa trajetória, a fortuna lhe chegava a rodo! Lhe foi atribuído o Projeto Grande Carajás, que passou a explorar as riquezas da província mineral dos Carajás - abrangendo uma área de 900.000 km², cortada pelos rios Xingu, Tocantins e Araguaia, e engloba terras do sudoeste do Pará, norte de Tocantins e oeste do Maranhão.
Entretanto, a partir dessa fase, o seu filho, Eike Batista, devidamente preparado para isso, era quem assumia a frente das várias empresas constituídas como resultado dessa suspeitíssima trajetória do pai, sobretudo naqueles empreendimentos que se tornavam consolidados e respeitados perante a opinião pública, dos quais a grande parte da população jamais suspeita de terem sido beneficiados com dinheiro público ou serem frutos de negociatas.
Assim, como se denota, a privatização do petróleo do Pré Sal é um mero continuismo de atitudes suspeitas que vêm acontecendo há muitos anos.

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