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quarta-feira, 25 de maio de 2011

AEB PEDE POLÍTICA PARA COMÉRCIO EXTERNO

Em sua palestra no XXIII Fórum Nacional, realizado no BNDES sob o comando do ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, o presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, fez um análise crítica do sucesso do Brasil nos últimos anos.
Nosso país tem atuação passiva na exportação de commodities, sem exercer controle sobre seus preços e resultados. A expansão dos últimos anos é resultado do crescimento mundial e não de iniciativas nacionais.
E prosseguiu: "O Ministério da Fazenda tem o poder de legislar, mas não tem a missão de administrar o comércio exterior. Já o Ministério do Desenvolvimento tem a função de administração, mas sem poder legislar sobre a atividade. Um exemplo claro desse impasse é a dificuldade em se criar um banco de apoio à exportação, o Eximbank brasileiro. Há 16 órgãos atuando sobre o comércio exterior, o que faz com que a política governamental não seja integrada, mas a soma de políticas isoladas de comércio".
Destaca que a Câmara de Comércio Exterior (Camex), deveria ter sido criada por lei e não apenas decreto, o que reduz sua força. Cita que as pastas de Transportes e Portos não têm assento no Camex, ao contrário do que ocorre com Planejamento e Desenvolvimento Agrário.
Entre as soluções sugeridas pela AEB para melhorar o comércio exterior estão: redução do custo logístico, eliminando-se, principalmente, o "fantasma" do apagão logístico; desenvolvimento de agressiva política de inovação tecnológica; implementação de reforma tributária, com redução de procedimentos administrativos e custos.
E mais: reforma trabalhista e previdenciária, redução da carga tributária e do custo financeiro; dar-se apoio à desburocratização; aceleração de reformas para reduzir o risco de desnacionalização e evitar risco de desindustrialização; o Brasil deve aproveitar o bom cenário internacional para fazer reformas e criar política de comércio externo. Sobre a distorção cambial, afirma José Augusto de Castro não ser causa, mas efeito.
Segundo Castro, o Brasil deve integrar - sua política de comércio exterior - sob pena de entregar seu comércio exterior.
Revelou Castro que os aviões transportaram apenas 0,2% da exportação brasileira, mas, em valor, sua participação foi equivalente a 4,26%. Isso deixa bem claro que é melhor negócio vender itens de maior valor do que simplesmente se limitar a minério e soja. A navegação foi responsável por 96% das exportações, em quantidade e 86% em valor. As exportações por via terrestre corresponderam a 1,1% do peso total - pois o caminhão leva poucas quantidades - mas 7,4% do valor total.

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