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terça-feira, 3 de maio de 2011

A novela do metrô de Salvador

Por: Edna Ferreira e Valdeck Almeida de Jesus
As obras do metrô foram iniciadas em janeiro de 2000 e onze anos depois apenas 6kms da linha 1 continuam em obras. O projeto desta linha prevê 20,1 km de extensão, entre a estação da Lapa e Cajazeiras. O trecho Acesso Norte-Estação Pirajá encontra-se com as obras paralisadas, correndo risco de se deteriorar com o tempo. A partir da Estação Pirajá o restante do projeto desta primeira etapa ainda não saiu do papel. A linha 2 (Calçada-Iguatemi e Imbuí-Mussurunga) também continua em projeto (ver mapa abaixo).
O trânsito da capital está cada dia mais complicado. São cerca de 2.322 ônibus que circulam em 444 linhas diferentes todos os dias, segundo a Superintendência de Transporte Público (STP). A velocidade média desses veículos passou de 19km/h para 30km/h, após a implantação das faixas exclusivas para ônibus, segundo Gisnaia Rodrigues Sampaio, da Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET). Houve uma melhora significativa na mobilidade, mas ainda não é a solução definitiva.
As vias da cidade não foram projetadas para essa quantidade de carros circulando. O resultado são os freqüentes engarrafamentos, estresse, desrespeito às regras do trânsito, aumento do número de acidentes e atropelamentos, falta de lugar para estacionar, entre outros. De acordo com o Detran circulam na capital 449 mil carros de passeio e 55 mil motos. Dados fornecidos por Ivo Luís, chefe de estatística da SET indicam quenos horários de pico, das 7 às 8 horas, 10.250 veículos passam em frente ao Iguatemi e das 18 às 19 horas passam 9.750 carros pelo local. O fluxo diário é de 125.000 veículos passando por aquela via, ainda segundo Ivo Luís. Uma linha de metrô naquele percurso absorveria a maior parte do movimento de carros.
O metrô surgiu como uma promessa de solução parcial do problema do trânsito em Salvador. O atraso na conclusão das obras, no entanto, desanima aos usuários do serviço público de transporte. “Vai demorar, mas vai sair”. Esta é a opinião de Lídia Oliveira, dona de casa, 45 anos, moradora das imediações da Rótula do Abacaxi. Ela usará o metrô no percurso em que ele está sendo construído agora (Lapa-Rótula do Abacaxi). Não se sente muito confiante em usá-lo, por não conhecê-lo direito, mas acredita que com o metrô, o sistema de transportes vai melhorar. Com a implantação de apenas este trecho, Lídia não acredita que o metrô vá resolver o problema do transporte público. “Só vai transferir o fluxo de passageiros da Estação da Lapa para a Rótula do Abacaxi”, dispara.
INTEGRAÇÃO TREM/METRÔ
Foi criada a Companhia de Transportes de Salvador – CTS, em 1999, com a incumbência de modernizar o trem do subúrbio, que liga a Calçada a Paripe e implantar o metrô da cidade. No ano de 2007, duas composições do trem suburbano foram recuperadas e houve melhorias no serviço de transporte e no sistema de segurança das estações. No entanto, a tão sonhada integração do trem com o metrô ainda não tem data prevista para acontecer, já que a linha Calçada-Iguatemi sequer saiu do papel. Para Éverton Santos dos Anjos, auxiliar de refrigeração, 24 anos, morador do subúrbio ferroviário de Periperi, esta integração traria benefícios para os usuários do trem, que teriam mais opções de transporte.
A respeito da conclusão das obras, Éverton está desanimado: “nem mesmo com a campanha eleitoral para prefeito, as obras terminarão tão cedo”. E continua cético: “vou ter filho, ele vai crescer e as obras não vão acabar... Isso é coisa pra lá pra depois da Copa do Mundo, isto é, se aqui for sede da Copa”, profetiza. Por enquanto, ele usa a linha de trem e não quer perder as esperanças de um dia ver o metrô de Salvador em atividade. Ele acredita que, “se o metrô de Salvador for igual ao de São Paulo”, que ele conhece pela televisão, “vai ser muito bom”, conclui.
ATRASOS NAS OBRAS
A promessa inicial era de construção de 48,1 km de linhas, com 28 estações ao longo de todas as linhas. O metrô transportaria 400 mil usuários por dia. O custo total da obra inicial era estimado em R$ 600 mil, incluindo o trecho que ainda está em andamento. Atrasos provocados por greves e paralisações – oito ao todo, segundo Sara Regina, Assessora de Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Construção de Estradas, Pavimentação - SINTEPAV-BA – elevaram o custo para cerca de R$ 1 bilhão. Denúncias de superfaturamento das obras levaram o Tribunal de Contas da União – TCU a revê os contratos das empreiteiras, o que também causou atrasos no cronograma.

Um comentário:

  1. 1º - "A velocidade média desses veículos passou de 19km/h para 30km/h, após a implantação das faixas exclusivas para ônibus," - Não existe a menor veracidade nessa afirmação:O sistema de BRT, que é menos desorganizado que o caótico e indisciplinado sistema de transportes por ônibus de Salvador,operando com linhas paradouras sem ultrapassagens não passa de 20 km/h, operando com linhas diretas com ultrapassagens chega a 30 km/h,por tanto não tem o menor sentido tal afirmação. -2º "Houve uma melhora significativa na mobilidade, mas ainda não é a solução definitiva.".Outra afirmação totalmente incorreta,o transito de Salvador a cada dia que passa fica mais caótico e desorganizado pela total falta de competência técnica e administrativa bem como a falta de investimentos e de projetos de melhoria na qualidade da Mobilidade Urbana da cidade.Esse tipo de declaração nos leva a avaliar o grau de competência,de conhecimento bem como a qualidade dos "tecnicos" que cuidam do transito e do transporte de Salvador.Estima-se que atualmente a cidade tenha uma frota de mais ou menos 2500 ônibus e mais ou menos 700 mil veículos.Dados estatísticos indicam que cerca de até 600 ônibus/hora trafegam pelo ponto da passarela do Detran sentido rotula do Abacaxi. - http://www.pregopontocom.blogspot.com/

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