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segunda-feira, 5 de julho de 2010

EIKE BATISTA: Apareceu o PTtriota bilionário para tentar tomar a Vale. É o PT e sua tentação chinesa



*Por Reinaldo Azevedo 
Poucos se lembram de que o Lula caroável, afável, bonachão, esconde uma personalidade política vingativa, que não esquece jamais um desafeto. Pode fazer as pazes? Pode! Mas ele só aceita a paz do fraco — isto é, o “arrependido” precisa beijar a sua mão e não aspirar a mais nada a não ser à subordinação a seu projeto político. Foi assim que esmagou no passado lideranças de seu próprio partido. Geraldo Alckmin (PSDB), que disputou com ele a Presidência em 2006, mereceu a alcunha, imaginem!, de “troglodita”. O seu pecado? Disse que Lula estava errado em algumas coisas. Quem estava  na mira até pouco tempo atras era Roger Agnelli, presidente da Vale. E o instrumento da vendeta era o reluzente e coruscante Eike Batista,(na foto com a atual namorada), que saiu da coleira de Luma de Oliveira para entrar na história.
Todos conhecem o enredo. Os petistas sempre quiseram meter a mão grande na Vale para, sem trocadilho, valer. Embora o partido, por intermédio dos fundos de pensão, influam na companhia — e, portanto, a gigante da mineração é apenas mais ou menos privada —, a idéia sempre foi dar as cartas por lá. A “marolinha” indispôs Agnelli com Lula e com o PT. O presidente considera que ele não foi “PTtriota” o bastante ao demitir funcionários e cortar investimentos — atendendo, vejam que absurdo!, às necessidades da companhia. Reacendeu-se o velho desejo. E o que era uma vaga intenção virou um plano. E o projeto estava até pouco tempo atras na rua. (Parece que o Bradesco, patdrinho de Agnelli, consegui contornar a questão.)
Eike Batista ocupa hoje generoso espaço nos dois principais jornais de São Paulo. Na Folha, na forma de um perfil-entrevista, com um pé em Caras e outro no jornalismo de negócios e um pouco de astrologia. No Estadão, numa entrevista convencional. Como se vê, entrevistados e entrevistadores não deram nem exigiram exclusividade. É a Operação-Vale em ação. Ao Estadão, Eike até diz quem é seu candidato a presidir a mineradora: Sérgio Rosa, presidente da Previ — o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O mesmo Rosa que foi aliado do petismo na luta de foice que se travou, a partir de determinado momento, entre Daniel Dantas e o partido — ou grande parcela dele — pelo controle da Brasil Telecom. O banqueiro acabou, no fim da história, levando uma bolada. Mas teve de cair fora da empresa.
O PT conseguiu criar uma espécie de “ente” que gerencia o capitalismo brasileiro. O partido tem hoje o domínio do estado, dos bancos públicos e dos fundos de pensão e vê o setor privado como mero instrumento de suas demandas. Mesmo que perca as eleições no ano que vem, seu poder continuará gigantesco. Os setores do empresariado que se aproximaram do lulo-petismo sonhando mudar a sua natureza estão percebendo que foram essencialmente inocentes — para não dizer estúpidos. É evidente que o PT não é socialista ao velho estilo — aquele socialismo que morreu com a União Soviética. O que não quer dizer que não seja autoritário. Os petistas entendem o seu partido como o ente que substitui a sociedade e os controles formais do estado democrático. Seu horizonte político e moral é a ditadura dos virtuosos — eles se acham virtuosos…
Eike é, assim, o instrumento da tentação chinesa do PT.
Que se registre: um empresário anunciar a investida para comprar participação numa empresa, repetindo rigorosamente o discurso do presidente da República e já declarando qual é seu candidato a presidir a companhia — não por acaso, um homem do PT —, é coisa obviamente inédita na história do Brasil e, acredito, na do capitalismo. Nunca antes nestepaiz ou nestemundo…
*Por Irany Tereza e David Friedlander:
Depois de meses fugindo do assunto e de muitas respostas genéricas, o empresário Eike Batista finalmente revela detalhes de seu interesse pela Vale, a maior produtora de minério de ferro do mundo. Disse que pode voltar a negociar com o Bradesco, mas no momento está de olho na compra de um lote das ações que a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) tem na mineradora. “É pequeno, mas, para sentar ali no conselho e direcionar, acho fantástico”, afirmou ao Estado e à AE Broadcast, na sexta-feira.
Com um discurso igual ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Eike criticou a administração da Vale por investir fora do País e disse que gostaria de ter Sérgio Rosa, presidente da Previ, no lugar de Roger Agnelli, atual presidente da Vale. “Honestamente, por mim, comprar uma participação, ter o Sérgio Rosa (presidente da Previ) administrando essa companhia, com a gente podendo dar um input do que fazer (participar da gestão estratégica) já está de bom tamanho. É ajudar o Brasil”, afirma. A seguir, a entrevista.
O sr. acha que vai conseguir comprar um pedaço da Vale?
A Vale é o sonho de qualquer minerador. Ela poderia fazer investimentos para agregar valor aos produtos que exporta. E pode também ser um instrumento para dar eficiência à logística do País. Olhando de fora, enxergo na Vale diamantes não polidos a rodo.
Como foi a negociação para comprar a participação do Bradesco na Vale?
Foi uma conversa, não houve um proposta firme, por escrito. Foi só conceito, tipo eu tô aqui!. Houve a conversa e a resposta de volta (o Bradesco não quis vender).
Não houve uma proposta?
Olha, nosso interesse é falar o menos possível. Apenas dizer que existe o interesse estratégico, sim. A gente acha que agregaria valor ao ativo, que seria bom para o Estado, para os fundos de pensão, que são os maiores acionistas, porque a gente sabe criar valor. Honestamente, por mim, comprar uma participação, ter o Sérgio Rosa (presidente da Previ) administrando essa companhia, com a gente podendo dar um input do que fazer (participar da gestão estratégica) já está de bom tamanho. É ajudar o Brasil.
Essa é a intenção? Ter o Sérgio Rosa no comando?
Sim. Estou falando em tese.
Nas suas empresas, o sr. tem o controle. Aceitaria entrar entrar numa empresa onde o controle está nas mãos dos outros?
Quando a gente conversa com autoridades, eu sempre digo assim: é para usar o chapéu de empresário que quer ganhar dinheiro ou do empresário que pensa no Brasil? Aqui a gente estaria pensando no Brasil, participando da gestão. Enxergaram isso aqui? Viram aquilo lá? Poder avaliar quando chegar uma proposta para comprar alguma coisa."

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