Paola de Moura | Do Rio
Pressionado por seu principal adversário no Rio, o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR), o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), recebeu ontem o apoio explícito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou de um seminário sobre cooperação econômica com a África, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O ex-presidente foi o último a entrar no palco do auditório do banco para a sessão de abertura do seminário. E o fez acompanhado do governador Sérgio Cabral, que foi a única autoridade a não ser apresentada separadamente pelo mestre de cerimônia. Os dois sentaram-se lado a lado à mesa de abertura do seminário. Cabral parecia cansado e abatido.
Lula disse que a parceria do governo federal com a gestão Cabral, a partir de seu governo, foi mais do que uma obrigação. "Tudo o que foi feito foi para recuperar o que os outros destruíram ao longo de seus governos anteriores", afirmou, numa referência ao casal Garotinho.
Garotinho é responsável pela divulgação de um vídeo que mostra Cabral, sua mulher e secretários de Estado em restaurantes de luxo de Paris e Monte Carlo ao lado do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, empresa citada pela Polícia Federal nas investigações sobre o contraventor Carlinhos Cachoeira.
O deputado do PR governou o Estado do Rio entre 1999 e 2002. Rosinha Matheus, mulher de Garotinho e atual prefeita de Campos (PR), foi governadora entre 2003 e 2006, no período imediatamente anterior à gestão Cabral.
No evento, Lula deu sinais de ainda estar debilitado. Caminhou apoiado em uma bengala, precisou de apoio para descer as escadas do palco para a plateia e, ao discursar, falou pausadamente lendo o texto, prática que, muitas vezes, descartava no exercício da Presidência, quando preferia o improviso.
Durante sua fala, que durou cerca de 20 minutos, Lula manteve, porém, o tom crítico e aproveitou para criticar os países ricos: "Os países do G-20 chegaram, em 2009, a um acordo sobre um conjunto de medidas para reforçar a regulação dos sistemas financeiras. De lá para cá nada foi feito nesse sentido. Olho para a evolução da crise e vejo que os governantes nos países ricos continuam movidos pela mesma lógica que produziu a crise de 2008."
Segundo a assessoria do petista, o motivo do uso da bengala é a fraqueza provocada pelo tratamento contra o câncer, que fez o ex-presidente perder 18 quilos, parte já recuperados, segundo o assessor. (Com agências noticiosas)
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