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sábado, 29 de setembro de 2012

Maus hábitos da população são o maior problema para quem mora em Salvador

Cristiana Serra 
De acordo com os resultados da enquete feita esta semana pelo site da Tribuna da Bahia, o maior problema de Salvador nenhum dos candidatos a prefeito pode resolver. A maioria das pessoas que votaram na enquete considera que o maior problema da cidade são os maus hábitos da população. 
Confira os resultados da enquete “Qual o maior problema de Salvador?”: 
-- Maus hábitos da população - 896 votos (35,1% dos votos) 
-- Falta de segurança - 838 votos (32,8%) 
-- Os engarrafamentos - 561 votos (21,9%) 
-- Saúde pública - 227 votos (8,8%) 
-- Falta de opções de lazer - 30 votos (1,17%) 
Muito provavelmente, aqueles que responderam a enquete se sentem como Sidney Falcão, que hoje é cartunista do Grupo Metrópole. 
Há seis anos, ele produziu uma série de charges sobre os maus hábitos do baiano, mais especificamente do soteropolitano, como uma forma de desabafo. 
“São charges de 2006, mas que continuam bem atuais. Confesso que me sinto meio que um estranho no ninho em Salvador, como um habitante de outro planeta. Os problemas de sujeira não são só culpa dos políticos, mas também, em grande parte, da própria população”, afirma o cartunista. 
Veja algumas das charges sobre os maus hábitos do baiano e trechos dos comentários que Sidney Falcão escreveu, anos trás, ao publicá-las em seu blog “Arca da Arte”:


“Alguns baianos comem tudo o que vêem pela frente: milho cozido , acarajé, amendoim, abará e outras tranqueiras comestíveis. Depois que comem e enchem a pança, jogam os restos - cascas de frutas, papel, embalagens - na via pública. Quem paga o 'pato' depois são os outros baianos, que, como eu, não vivem se empanturrando nem emporcalhando nada, tendo que andar em calçadas sujas ou encarando 'lagoas' surgidas depois das chuvas, devido ao entupimento de bueiros” (29/10/2006)


“Um amiga dos meus tempos de faculdade me dizia que Salvador cheirava a 'dendê e xixi'. Dendê por motivos óbvios. Xixi porque certos baianos têm o péssimo hábito de urinar em qualquer lugar, sejam em praças, ruas, avenidas, postes, muros... o que importa é deixar aquele odor desgraçado de mijo. No Carnaval, a coisa piora. Os 'mijões de rua' alegam que é falta de sanitários públicos; eu alego que é pela falta de educação doméstica” (05/11/2006)


“Em Salvador, onde o trânsito é um dos mais bagunçados do país, boa parte dos motoristas baianos adora estacionar os seus 'carangos' sobre as calçadas. Para eles, é como se elas fossem a continuação do asfalto. E eles não têm a menor cerimônia, vão estacionando e, se você estiver andando na calçada, até buzinam pra sair da frente, na maor cara-de-pau” (26/11/2006)

“O que é muito comum Salvador é ver comunidades parando o trânsito, pondo troncos de árvores, queimando pneus no meio da rua, berrando, crianças querendo aparecer na TV, tudo isso para exigir passarelas. Depois que o poder público atende, essas mesmas pessoas continuam atravessando pelo meio da rua. Alegam que passar pelo meio das avenidas 'é mais rápido' ” (10/12/2006)


“[...] a demora e péssimo atendimento nos estabelecimentos comerciais [...] é uma reclamação não só de turistas, mas também dos próprios baianos, que cansados de tanta 'maresia' (excesso de lerdeza ), botam a boca no mundo. É o atendente que demora de atender, é a demora do pedido de chegar, isso quando o pedido não vem errado. É um verdadeiro exercício de paciência pra monge budista nenhum botar defeito” (24/12/2006)

“Tem sujeitos que torram uma grana violenta em equipamentos de som no carro, em alguns casos, quase que o valor do próprio veículo. O 'cidadão' então sai com a maior cara de 'retadão' no seu carrão, liga o som no máximo, pra tocar as 'pérolas' da música baiana. E tome arrocha, pagode e axé. [...] Tem também aquele povo que gosta de 'compartilhar' o seu 'gosto' musical com a comunidade. O cara pega a caixa de som, põe na janela, liga o aparelho, põe aquele CD pirataço do Silvano Sales, o 'Rei do Arrocha' (há quem diga que existem outros ), que custou R$3, e põe pra ele e toda a vizinhança ouvir” (06/01/2007) 

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