Seis envolvidos na Lava Jato se tornaram réus ontem em um processo que apura propinas pagas pelo estaleiro Jurong para construir sondas de exploração do pré-sal. A denúncia havia sido feita pelo MPF (Ministério Público Federal) em outubro de 2016, mas só foi acatada ontem pelo juiz Sérgio Moro. Segundo a acusação, o empresário Guilherme Esteves, representante do estaleiro, usou contas no exterior para repassar US$ 5,94 milhões em propinas a três ex-dirigentes da Sete Brasil: Pedro Barusco, João Ferraz e Eduardo Musa. Em 2011, a José Sérgio Gabrielle da Petrobras autorizou a abertura de licitação para construção de 21 sondas e a concorrência foi vencida pela Sete Brasil, empresa criada com esse propósito.
Em seguida, a Sete Brasil subcontratou cinco estaleiros e dividiu a produção das 21 sondas entre eles. Para ficar com os contratos de 7 dessas sondas, o Jurong teria se comprometido a pagar propinas de US$ 50,8 milhões (0,9% do valor dos contratos), mas foi identificado o depósito de US$ 5,94 milhões. Os três recebedores da propina – Barusco, Ferraz e Musa – fizeram delação premiada. Nos depoimentos, contaram que o combinado inicial previa que o Jurong pagaria somente aos executivos da Petrobras e da Sete Brasil. Outros três estaleiros (Atlântico Sul, Enseada do Paragua- çu e Rio Grande) pagariam ao PT, através do ex-tesoureiro João Vaccari, e o estaleiro Keppel Fels pagaria ambos.
O acordo foi confirmado por Zwi Scornicki, representante do Keppel Fels, que também fez delação, mas o processo aceito ontem diz respeito apenas às propinas pagas pelo Jurong aos ex-dirigentes da Sete Brasil. O estaleiro Jurong foi procurado nos telefones disponíveis na internet, mas não houve retorno. À época da denúncia, a Sembcorp Marine, que controla o estaleiro, informou “acreditar que as alegações contra a empresa são sem mérito e sem base”.
*Portal Paraná
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