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domingo, 9 de abril de 2023

Privatizações que dificultam o desenvolvimento da Bahia

Osvaldo Campos Magalhaes*

Enquanto no Brasil o apoio à privatização salta e chega a 38% da população, se pesquisa fosse feita na Bahia os números seriam totalmente diferentes. A nossa malha ferroviária de 1.540 km foi privatizada na gestão FHC e foi incluída numa malha de mais de 6.500 km, abrangendo os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. O BNDES, que estabeleceu as normas e o Edital, não incluiu metas de investimentos regionais o que resultou no quase completo sucateamento da rede ferroviária na Bahia. 

A privatização no governo Dilma do maior trecho rodoviário, incluindo trecho da BR 324 entre Salvador e Feira de Santana e do trecho da BR 116 entre Feira e a divisa com Minas Gerais, foi estruturada de forma demagógica e populista, estabelecendo como critério preponderante a menor tarifa de pedágio e, por omissão do governo baiano na época, sem estabelecer metas de investimento compatíveis com a importância e relevância para a economia baiana.


A omissão da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, da Federação da Agricultura e do governo baiano foi gritante.

A mesma coisa acontece no sistema ferry-boat, concessionado no final do século passado e que carece de investimentos na infraestrutura e na qualidade dos serviços prestados o que gera uma permanente insatisfação por parte dos usuários. 


Dois raros casos de sucesso na privatização da infraestrutura de transportes na Bahia se referem ao Aeroporto Internacional de Salvador e no Terminal de Contêineres de Salvador. Dois grupos importantes e com larga experiência na área tornaram essas concessões referências para o setor.

Contudo, erros gritantes na estruturação das privatizações de rodovias e ferrovias em nosso estado, a completa negligência e subserviência das Agências Reguladoras do setor de transporte salta aos olhos e vem prejudicando o desenvolvimento da economia baiana.

*Engenheiro Civil e Mestre em Administração foi diretor da Codeba, Superintendente de Transportes do Governo da Bahia e assessor especial da Federação das Industrial do Estado de São Paulo

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