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O ministro Sergei Lavrov, que está visitando o Brasil no início de uma turnê latino-americana, deve discutir a guerra com Lula, cujo gabinete confirmou que os dois se encontrariam na noite de segunda-feira. Lula está pressionando por negociações para encerrar o conflito na Ucrânia, mas enfrenta crescente preocupação com o que alguns nos Estados Unidos e na Europa veem como suas posições anti ocidentais, incluindo sua acusação de que Washington está "encorajando" a guerra. “Agradecemos aos nossos amigos brasileiros por sua clara compreensão da gênese da situação (na Ucrânia). Agradecemos seu desejo de contribuir para encontrar maneiras de resolver esta situação", disse Lavrov após se encontrar com seu colega brasileiro, Mauro Vieira , em Brasília. “Estamos interessados em resolver o conflito o mais rápido possível", disse Lavrov. Mas acrescentou que qualquer solução teria de se basear na "multipolaridade", acusando o Ocidente de "tentar dominar o cenário internacional". Lula acaba de fazer uma viagem à China e aos Emirados Árabes Unidos, durante a qual surpreendeu o Ocidente ao acusar os Estados Unidos de "incentivar a guerra" na Ucrânia. Ele também disse que os Estados Unidos e a Europa "precisam começar a falar sobre a paz" e que Kiev compartilha a culpa pelo conflito. O Brasil não se juntou às nações ocidentais na imposição de sanções à Rússia por sua invasão e recusou pedidos de fornecimento de munição à Ucrânia. A viagem de Lavrov ocorre depois que o principal assessor de política externa de Lula, Celso Amorim, se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin em março para discutir a abertura das negociações de paz. O Brasil é a primeira parada de Lavrov em uma turnê latino-americana de uma semana que também incluirá Venezuela, Nicarágua e Cuba - países cujos governos de esquerda têm relações hostis com os Estados Unidos. Lavrov e Vieira disseram que suas conversas também se concentraram em energia e comércio. Cerca de um quarto das importações de fertilizantes da potência agrícola brasileira vêm da Rússia. Os dois países se envolveram em um recorde de US$ 9,8 bilhões em comércio bilateral no ano passado.
* AFP- Agence France-Presse é uma agência de notícias francesa, considerada uma das mais prestigiadas no mundo, fundada em 1835.
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