Agência Estado
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou hoje na FIESP, estar encerrando "os oito anos mais gratificantes" de sua vida profissional, em discurso durante o 9º Congresso Brasileiro da Construção. Ele fez um agradecimento especial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva "por todo apoio dado" à ação do BC para adotar as políticas adequadas a partir de 2003.
Meirelles ressaltou que a estabilidade dos preços permitiu aos agentes econômicos, incluindo empresários, ter previsibilidade sobre os passos da economia, o que deu condições para planejamento e aumento substancial dos investimentos. Essa conjunção de fatores, segundo ele, elevou a confiança dos agentes econômicos e estabeleceu bases seguras macroeconômicas para o governo que começa agora, com Dilma Rousseff na Presidência.
Meirelles ressaltou que o tripé inflação na meta, equilíbrio das contas públicas e aperfeiçoamento do câmbio flutuante foi fundamental para que o Brasil avançasse em vários indicadores. Ele destacou, como exemplo, que a dívida pública líquida caiu de 63% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro de 2002 para 41% do PIB em setembro de 2010.
Num balanço dos avanços da economia brasileira de 2003 a 2010, quando dirigiu o BC, destacando que nesse período houve resgate da confiança dos agentes econômicos do comércio, indústria e sociedade em geral. Para ele, os avanços conquistados pelo País foram resultado do trabalho de fortalecimento do tripé macroeconômico - câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário -, que propiciaram uma maior previsibilidade no plano econômico.
O presidente do BC destacou também os benefícios do aumento das reservas internacionais do País, que segundo ele foram importantes para controlar a volatilidade do câmbio. Ainda de acordo com Meirelles, quando assumiu a presidência do BC, muitos davam prioridade para o crescimento e outros, para a estabilidade. "As pessoas davam prioridade para crescimento ou para estabilidade como se as duas coisas pudessem andar separadas, mas depois chegamos à conclusão de que elas andam juntas", disse, na manhã de hoje, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Na avaliação da autoridade monetária, aumentar as reservas teve um custo. Mas ele salientou que não se deve focar apenas nos custos, mas no benefício final. Meirelles frisou também que de 2003 a 2010 o número de pessoas que ingressaram no mercado financeiro saltou de 8,9 milhões para 25,5 milhões e que a oferta de crédito saiu de 26% para 46,7% do Produto Interno Bruto (PIB). "E tudo isso por causa do aumento da previsibilidade no mercado financeiro e principalmente na construção civil, onde os investimentos são de longo prazo."
Em palestra no evento, Meirelles manteve a previsão do PIB para este ano acima de 7% e lembrou que o número de empregos formais - com carteira assinada - que foram gerados na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atinge a soma de 15 milhões. Além disso, citou que 25,6 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza nesse mesmo período e que até o fim deste ano 36 milhões de pessoas entrarão na classe média. Para Meirelles, diante de todos esses dados, pode-se concluir que "a economia brasileira foi a que mais cresceu e se fortaleceu durante a crise global".
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