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terça-feira, 19 de março de 2013

SNCF quer fatia minoritária no Trem de Alta Velocidade do Brasil



Fábio Pupo | De São Paulo

Ana Paula Paiva/Valor / Ana Paula Paiva/Valor
Bullot, da SNCF: "Queremos ser investidores. É uma questão de honra"
A companhia francesa de ferrovias SNCF mantém o interesse pelo projeto brasileiro do trem de alta velocidade (TAV), mas como minoritária do empreendimento. A opção é a mesma de outras empresas estrangeiras especializadas, que ainda resistem à ideia de realizar altos investimentos no projeto. A empresa opera o TAV na França.
Alain Bullot, diretor da SNCF voltado ao estudo do TAV no Brasil, diz que o projeto terá um preço de outorga "alto" a ser pago pela iniciativa privada. Além disso, diz que o empreendimento traz "riscos" e cita a implantação da tecnologia no traçado e a demanda como fatores de preocupação. A companhia não fará grandes aportes para participar do empreendimento, considerado caro.
Para Bullot, a modelagem financeira do TAV é um complicador para o interesse das empresas estrangeiras. Ele acredita que a maior parte do capital para os investimentos da concessionária virá do próprio país. "Isso será uma missão para o governo e para as empresas brasileiras", resume.
Mesmo assim, Bullot diz que a empresa tem forte intenção de participar com uma porcentagem minoritária do consórcio que disputará a concessão e, também, como uma fornecedora de tecnologia. "Queremos ser investidores. É uma questão de honra para nós participar do TAV brasileiro. Será um projeto esplêndido", diz.
A empresa é uma das mais ativas na busca por parcerias e em reuniões sobre o empreendimento. Um dos últimos eventos foi uma reunião em Campinas (SP) onde a companhia buscou informações sobre a possível estação do TAV dentro do aeroporto de Viracopos.
A SNCF já firmou uma parceria com a também francesa Alstom, fabricante de máquinas e equipamentos. Sobre companhias brasileiras, Bullot diz que todos estão conversando com os principais operadores de concessão de transportes no Brasil, mas evita dar nomes sobre empresas.
Outras empresas francesas também têm interesse em participar do projeto. A Egis, que é sócia do aeroporto de Viracopos (Campinas), já tem escritórios no Brasil para explorar oportunidades em elaboração de estudos e projetos - segundo Luis Cunha, coordenador de projetos da companhia.
O cronograma da atual licitação do TAV já sofreu diversas mudanças e, agora, está marcado para setembro - mesmo mês do leilão de concessão dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG).
O critério para escolher a concessionária é preço. Uma fórmula classificará os candidatos com base em dois critérios principais: maior valor de outorga paga ao governo e, paralelamente, menor custo decorrente da tecnologia escolhida.
O vencedor arcará apenas com a chamada "superestrutura", como material rodante, e o custo previsto é de aproximadamente R$ 7 bilhões (conforme os estudos originais, de 2008), sendo 30% do consórcio e 70% financiados.
Jean-Paul Bacquet, presidente da Ubifrance (entidade voltada ao desenvolvimento internacional de empresas francesas), resume que as companhias do seu país estão em busca de parceria com os grupos brasileiros. Os executivos participaram do Congresso Franco-Brasileiro de Mobilidade Urbana, promovido ontem pelo governo da França em parceria com os Estados de São Paulo e do Rio.

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