Após reunião da comissão nacional provisória da Rede
Sustentabilidade, a ex-ministra Marina Silva afirmou que considera terem
sido cumpridos todos os aspectos legais e as quantidades de assinaturas
exigidas para a criação da nova sigla partidária. "Temos plena certeza
que atendemos os requisitos legais", disse Marina. Ela nega "plano B" e
comissão provisória já discute critérios de filiação.
Segundo ela, "falta estrutura" no Tribunal Superior Eleitoral e nos
cartórios, mas o novo partido não pode ser punido por isso.
"Compreendemos que há falta de estrutura no TSE e obviamente que os
cartórios têm essas dificuldades de falta de estrutura, mas não deve ser
imputado a nossa essa dificuldade de viabilizar dentro dos prazos as
respostas", comentou.
Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral Eleitoral divulgou que a sigla
da ex-ministra "ainda não demonstrou o caráter nacional" e solicitou que
fossem juntadas ao processo novas assinaturas de apoio. Dos documentos
encaminhados à Procuradoria, constam 304.099 fichas de apoio validadas
por cartórios. A exigência é de no mínimo cerca de 492 mil.
Segundo a ex-ministra, esse relatório não é negativo para a criação
da sigla e que, nesta avaliação, foi considerada apenas a quantidade
enviada inicialmente, mas ainda tem cerca de 80 mil assinaturas nos
cartórios. "A Rede de Sustentabilidade entende que cumprimos o prazo
tanto no aspecto legal quanto nas quantidades exigidas por lei", frisou
Marina.
Marina tem confiança de que haverá "julgamento justo" para que o novo
partido seja criado. Ela ressaltou que mais de duas mil pessoas estão
pré-filiadas. Por isso, no sábado e no domingo, a comissão nacional
provisória reuniu-se para discutir alguns critérios para filiação
enquanto não há aprovação do novo partido pelo TSE.
Duas resoluções foram aprovadas nas reuniões. Uma definiu critério
para a filiação. Sem dar muitos detalhes, a ex-ministra explicou que
serão levados em conta para a filiação "critérios programáticos e não
pragmáticos".
A ex-ministra destacou que está confiante na aprovação da nova sigla e
que não trabalha com um "plano B". Segundo ela, para responder esse
tipo de questionamento, está utilizando uma metáfora, dizendo que uma
noiva não vai para o altar pensando em plano B caso seu companheiro
tenha, por exemplo, um infarto. "Isso não existe. Temos um plano A e
estamos confiantes na legitimidade e integridade do trabalho que
fizemos", frisou. Para ela, o Rede é uma das poucas, se não única sigla,
que tem "torcida" para ser criada.
Marina ressaltou ainda que há possibilidade de o futuro partido, se
aprovado, ter candidato aos governos dos Estados e a deputado nas
próximas eleições. Sobre coligações partidárias, disse que isso vai
depender do programa de governo defendido por potenciais aliados. "Temos
a orientação geral de que a questão programática tem que ser
observada". A ex-ministra também foi questionada sobre se é candidata à
Presidência e disse apenas "é uma possibilidade". "Não somos favoráveis à
antecipação açodada da disputa", acrescentou. Sobre recorrer ao Supremo
Tribunal Federal (STF) em caso de a criação do partido não for
aprovada, Marina disse que não pode fazer pré-julgamento.
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