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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Brasil precisa aproveitar as janelas de oportunidade da economia mundial

O Brasil mudou nos últimos anos? Qual a imagem que o País consolida hoje no cenário internacional, após mudanças profundas na economia global? Para refletir sobre essas questões, o Conselho Superior de Estudos Avançados (Consea) da Fiesp recebeu Marcos Prado Troyjo, doutor em Sociologia das Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP).
Diplomata de carreira licenciado, foi secretário de imprensa do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), professor-convidado da Universidade Paris V-Sorbonne ,CEO para a América Latina da WISeKey, empresa de origem suíça líder mundial de computação em nuvem (cloud computing) e transações eletrônicas. Atualmente ensina na Universidade Columbia, em New York, onde co-dirige o BRICsLab.
Prado avaliou – diante do tema proposto “Como aproveitar o bom momento internacional do Brasil” – que em um período de 6 a 7 anos houve uma mudança de humores em relação ao País e à América Latina, saindo de uma espiral pessimista para uma ascensão favorável.
“A discussão é se essa mudança ocorreu em função de um legado tardio de austera administração da governança pública, particularmente macroeconômica, durante o período Fernando Henrique Cardoso-Pedro Malan, ou uma série de medidas pró-crescimento, consolidada com Luís Inácio Lula da Silva-Henrique Meirelles”, questionou.
Diante deste novo cenário, é preciso aproveitar as janelas de oportunidade. O especialista sugeriu que o Brasil tenha um business plan, incremente parcerias público-privadas e democratize a tarefa de inserção global, tarefa que não pode ser só de governos, mas também das Federações das Indústrias e das universidades, um trabalho a ser feito por múltiplas mãos.
Na avaliação de Prado, o Brasil mudou sua imagem no mercado internacional quando aumentou, em sua química interna, o percentual de nação-comercial, apostando nas exportações e se internacionalizando ainda mais.
“É preciso estabelecer ações de longo prazo”, sugeriu Prado, “como a necessidade de cada Estado e município brasileiros ter sua própria agência brasileira de promoção de exportações e investimentos.
As sugestões são fundamentadas no fato que a previsão, para 2050, é que a soma da economia dos quatro países emergentes (BRICs), do começo do século XXI, irá superar a economia dos Estados Unidos.
No entanto, há entraves urgentes a serem resolvidos. Apesar de o Brasil ser a nação da América Latina que mais investe em ciência e tecnologia, menos de 1% de seu PIB, a Coréia aplica 2,32%, gerando grande distorção.
Cenários possíveis
Ao longo de sua exposição, Marcos Prado Troyjo citou as duas vias possíveis de crescimento para os países: a posição de nação-passivo [desenvolvimento aqui entendido como aumento do Produto Interno Bruto-PIB per capita puxado pela prosperidade] tem como pré-requisito o acúmulo da poupança aliada à grande capacidade de investimentos. A obtenção de empréstimos internacionais se reverte em incentivo ao mercado interno e à infraestrutura. O Brasil é um exemplo.
Já a nação-comerciante se aproveita da liquidez internacional e incrementa o seu comércio exterior. Casos da China, Coréia do Sul, Chile (dos anos 80 para cá) e, mais anteriormente, a Alemanha e o Japão, no pós-guerra. São conceitos que mereceram reflexão diante do tripé desenhado pelos centros de liquidez: os Estados Unidos, o mercado da União Europeia e o nipo-chinês.

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