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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Palocci recebeu dinheiro de empresas na campanha de Dilma, diz Época




 Documentos obtidos pela revista “Época” revelam que o ex-ministro Antonio Palocci recebeu R$ 12 milhões de empresas em 2010, ano em que coordenou a campanha da presidente Dilma Rousseff. O montante é considerado suspeito pelo Ministério Público Federal (MPF).

Diz a revista que o ex-ministro atuou como arrecadador informal da petista, ao lado do tesoureiro do PT, João Vaccari, hoje preso. De acordo com “Época”, em 3 de dezembro, quando foi escolhido ministro-chefe da Casa Civil por Dilma, Palocci recebeu R$ 1 milhão do escritório do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, segundo documentos da empresa do petista em poder do Ministério Público Federal (MPF).

O dinheiro, diz a publicação, foi repassado sem que houvesse sequer contrato formal - era um contrato de boca. Duas semanas depois, Palocci recebeu mais R 1 milhão de Thomaz Bastos. Os R 2 milhões somavam-se aos R 3,5 milhões repassados durante a campanha e a pré-campanha de Dilma.

Diz a revista que o dinheiro era pago pelo Pão de Açúcar, segundo advogados de Palocci e do escritório de Thomaz Bastos. O dinheiro teria sido repassado para que Palocci ajudasse na fusão entre o grupo de Abilio Diniz e as Casas Bahia. Palocci, no entanto, segundo a consultoria Estáter, contratada de forma exclusiva pelo Pão de Açúcar para tocar a fusão, informou ao MPF que não prestou qualquer serviço ao Pão de Açúcar, o que despertou suspeitas entre os investigadores.

Fontes que participaram das negociações confirmaram a "Época" que Palocci não participou de qualquer reunião, conversa informal ou troca de e-mails durante o negócio. Em ofício ao MPF, o Pão de Açúcar disse que, “em função da relação de confiança desenvolvida”, é comum que os “serviços de assessoria jurídica sejam contratados de modo mais informal”. Palocci não é advogado. Procurado por Época, o Pão de Açúcar informou que não vai se pronunciar.

No total, Palocci teria recebido R$ 3,5 milhões em 11 pagamentos, todos sem contrato. Os valores eram de R 500 mil, no auge das eleições, e de R 250 mil, antes, e sempre foram depositados, segundo o próprio Palocci, na conta da Projeto, a empresa de consultoria criada por ele após deixar o governo Lula.

Além dos pagamentos do escritório de Márcio Thomaz Bastos, supostamente em nome do Pão de Açúcar, diz a matéria que os procuradores avaliaram como suspeitos os pagamentos do frigorífico JBS e da concessionária Caoa. Eles somam R$ 6,5 milhões. São suspeitos porque, na visão do MPF, Palocci, mesmo depois de ouvido, não conseguiu comprovar que prestou serviços às empresas – ou foi desmentido por quem estava envolvido, como no caso da consultoria Estáter e do Pão de Açúcar.

Palocci

Por nota enviada por sua assessoria de imprensa, Palocci afirmou ao Globo que a Projeto prestou serviços de consultoria às três empresas e que os documentos sobre essas parcerias já foram disponibilizados ao Ministério Público Federal (MPF), desde o ano de 2011, “em procedimento próprio, que se reveste de caráter sigiloso, e em nada tem a ver com a Operação Lava-Jato”.

Sobre a consultoria prestada ao Grupo Pão de Açúcar, o ex-ministro lembra que todos os esclarecimentos já foram prestados ao MPF em 2011 e que as investigações foram arquivadas. Já em relação aos serviços prestados à JBS, rebate à informação da revista de que o pagamento estaria relacionado ao repasse de verbas do BNDES para a compra da Pilgrims Pride. Palocci descarta essa possibilidade ao afirmar que cinco das seis parcelas recebidas do frigorífico ocorreram antes da assinatura do contrato com o BNDES.

Por último, Palocci rebate às informações de que a consultoria prestada para o grupo Caoa estaria relacionada à aprovação da extensão dos benefícios fiscais na região Centro-Oeste, lembrando que essa extensão foi aprovada apenas em 2014, e não em 2011, quando Palocci ainda era ministro da Casa Civil. "Novamente a verdade dos fatos é que os trabalhos contratados foram efetivamente prestados e supor que os pagamentos se refiram a fatos futuros não faz o menor sentido", se justifica, em nota.

O Globo procurou as empresas citadas na reportagem. O Grupo Pão de Açúcar informou que não está se pronunciando sobre o assunto. A concessionária de veículos Caoa ainda não se pronunciou sobre o assunto e os representantes do frigorífico JBS ainda não foram localizados.

(Agência Globo)

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