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quarta-feira, 30 de março de 2011

José Sérgio responde a questionamentos de Schwartsman

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, destinou parte de sua palestra, durante o seminário “Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2011, realizado no dia 21/02/2011 na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), para responder os questionamentos feitos pelo economista chefe do Santander, Alexandre Schwartsman, que questionou o resultado para o Tesouro Nacional no processo de capitalização da estatal.
Ele explicou que a Petrobras pagou R$ 74 bilhões pelo direito de produzir 5 bilhões de barris de petróleo cedidos pelo governo. Além disso, frisou que o Tesouro comprou R$ 32 bilhões a menos de ações, gerando uma diferença em caixa na empresa.
- Se isso não é caixa, eu não sei o que é caixa – ressaltou, acrescendo que o Tesouro Nacional também é acionista da empresa.
Neste momento, Gabrielli foi interrompido pelo economista do Santander que questionou-o dizendo que “caixa é o dinheiro que entra em caixa, não é promessa”.
Por sua vez, Gabrielli deu o troco: “não é promessa nenhuma, é fato”. E o economista recrutou: “cadê o dinheiro?”. “Tá no Tesouro”, disse Gabrielli. Schwarstsman respondeu “Ah é?” e acrescentou “Só na cabeça dos contadores do Tesouro”.
Passado o “embate”, Gabrielli fez questão de defender a construção de novas refinarias com a máxima urgência. A estatal, segundo ele, está construindo essas unidades para tentar amenizar a atual situação de oferta de combustíveis. A capacidade de refino nacional está “no limite”, conforme frisou.
Gabrielli frisou que a empresa está com um grande problema.
- Estamos no limite do refino e com um crescimento exponencial na produção de petróleo. Somos a empresa no mundo que mais cresce em produção com base em novas reservas – disse, rebatendo as críticas do mercado financeiro sobre os investimentos de quase US$ 40 bilhões que a companhia tem previsto em seu plano de negócios até 2014 para a área de refino.
A situação mais crítica, segundo ele, diz respeito a gasolina e o querosene de aviação e o gás liqüefeito do petróleo (GLP).
- Não investir em refinaria no curto prazo é suicídio.
O presidente da estatal citou a melhora da renda per capita como sendo um dos motivos que levou a essa situação.
- Toda nossa intervenção nos últimos anos foi para aumentar a capacidade de produção de diesel em nossas refinarias. Agora vemos gargalo na gasolina e outros, mas isso não se muda no curto prazo. A única maneira de mudar isso é construir refinarias, e isso leva seis anos no mínimo.
Ele lembrou que, no ano passado, o crescimento da gasolina no mercado interno foi de 19%, ante um PIB de 7% e 10% do mercado geral de combustíveis. E afirmou que atualmente o preço da gasolina no Brasil está abaixo do praticado no mercado internacional.
- Mas é natural. Não vamos alterar nossa política de preços, não vamos repassar oscilações no curto prazo.
Fonte: Monitor Mercantil
Por Marcus Lotfi
PS - Schwartsman é demitido do Santander
Informa o blog do colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo:
“No dia 3 de março o Banco Santander informou que Alexandre Schwartsman está deixando o banco.
Amigos do economista, ex-diretor do BC, atribuem sua saída ao bate-boca com José Sérgio Gabrielli, dia 21, num seminário da FGV, na Firjan.
Schwartsman afirmou que houve ‘contabilidade criativa’ do governo para fechar os números do superávit e citou a receita extra de R$32 bilhões gerada pelo processo de capitalização da Petrobras.
Em tempo: Fábio Barbosa, presidente do conselho do Santander, integra também o conselho da estatal, e o banco espanhol participou da recente capitalização da Petrobras.
A conferir.”

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