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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Os Desafios da Bahia

Armando Avena*
A Bahia precisa planejar seu futuro. Precisa fazer isso ouvindo a população de todo o estado, mas também a de técnicos e planejadores especializados em traçar o que na Cepal dos anos 70 se chamava de imagem-objetivo. Quem trabalha com o futuro precisa se perguntar: que imagem estamos projetando para a Bahia e como concretizá-la?  Independente de visão partidária, e dos avanços que foram conquistados ao longo dos últimos quinze anos, o fato é que a Bahia tem hoje grandes desafios e precisa traçar os caminhos para superá-los. Não tenho espaço para comentar todos eles, mas posso dizer que o próximo governo precisa montar um plano de ação que coloque a dimensão  social como prioridade, que faça da dimensão econômica a base para o desenvolvimento, que destaque a  dimensão urbana como fundamental para dar harmonia a esse processo e que coloque  a  dimensão ambiental no patamar que fará esse desenvolvimento sustentável. Dou  três exemplos de desafios. O primeiro é aquele que diz que não haverá verdadeiro desenvolvimento, enquanto não se enfrentar de forma definitiva a questão da seca, que de tempos em tempos desestrutura o tecido socioeconômico do semiárido baiano. A seca não dura apenas enquanto não chove, se estende por um ou dois anos após as chuvas, tempo necessário para recompor o capital esterilizado, as perdas econômicas e a desestruturação da produção agroindustrial.  É preciso vencer esse desafio. O segundo indica que é preciso fortalecer as cidades médias da Bahia, pois é aí que se realiza o processo econômico.  A Bahia tem a maior população rural do país e precisa estimular sua ida para cidade,  cidades médias que serão desenvolvidas para dar suporte à riqueza que cria no campo e se realiza na urbe. Minas Gerias tem quase uma dezena de cidades com mais de 500 mil habitantes, a Bahia só tem uma, Feira de Santana, e fica a apenas 100 km de Salvador.  O último desafio é a deficiência de infraestrutura e que precisa ser a partida e a chegada do plano de desenvolvimento que a Bahia precisa montar.
*Economista e escritor, foi Secretário de Planejamento do Governo Paulo Souto 2002/2006. Membro da Academia Baiana de Letras

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